Tic-tac, o relógio nunca para

Meia Noite.

O TIC-TAC do maldito relógio que nunca para de correr. Tempo, o recurso mais valioso e o mais democrático, tudo gira em torno da ausência ou do excesso de tempo. O tempo é seu bem mais precioso, e é igual para todos, ricos pobres, brancos e pretos, tanto faz, corre igual para todo mundo.

Acho que chegamos na meia noite mais famosa do ano, um ano desencontrado de datas , horas e dias, um ano onde para uns o tempo escorreu lento, confinado, para outros rápido demais, chegamos a tal meia noite libertadora, a meia noite de festa, abraços, gastança com presente, gastança com comilanças e gostosuras, uma meia noite que celebra a trégua de um ano sofrido para muitos.

Desculpe, a batalha acabou? Vencemos? Não. Também não houve trégua só a fraqueza e ilusão de muita gente.

Na guerra você golpeia quando o inimigo erra e fica vulnerável e as poucas vezes que saio me deparo com um mundo de gente com a jugular exposta, ruas lotadas, bares, lojas, lanchonetes apinhadas, mercados, convites de festas incríveis para comemorar a meia noite de Natal, sério, as pessoas parecem estar se agrupando por vingança, por raiva, por pura auto sabotagem, não é só desistir de se proteger, é literalmente pagar pra ver.

Enquanto uns afrouxam outros apertam, o vírus despeja novas cepas, ainda mais contagiosas e variedades que as vacinas podem não fazer efeito, as vacinas por sua vez só diminuem a chance de evolução da doença, não o contágio e o sistema de saúde simplesmente parou de ser melhorado, o clima é de vitória, a sensação é que vencemos, mas na verdade fomos derrotados e deitamos de barriga pra cima, enquanto o vencedor faz o que quer.

A previsão é voltarmos para o patamar de mil mortes por dia em 31/12, mil e quinhentas mortes no meio de janeiro, meses de lutas e mortes e privações, não aprendemos NADA, simplesmente arregamos e fingimos que não existe crise.

Chegamos as famosas festas de fim do ano de 2020 com muita gente achando que tudo se resolve amanhã, fingindo que 2021 começa zerado, não vai, continue se protegendo, continue seguro. A condição do sobrevivencialista é vermelha, atenção total a tudo, casas protegidas, pessoas em isolamento, festa virtual, a meta é estar aqui pra ver a meia noite do fim de 2021.

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